Conheça a hipercolesterolemia familiar homozigótica – parte 2

Conheça a hipercolesterolemia familiar homozigótica – parte 2

Por Fernando B. T. Leite

Dando sequência à parte 1, que você pode conferir  por aqui, vamos agora abordar o tema colesterol (o “bom” e o “mau”).

Colesterol, o “bom”, o “mau” e a meta

O colesterol é uma substância gordurosa existente em nosso corpo e que desempenha funções indispensáveis, como já mencionamos em outro post (Como começar o ano de forma saudável com níveis mais baixos de colesterol); todavia, por não ser solúvel em água, para ser transportado dissolvido no sangue, o colesterol forma moléculas mais complexas, estas solúveis em meio aquoso, chamadas lipoproteínas.

Os dois tipos de lipoproteínas que mais nos interessam são as de alta densidade, também chamadas de HDL (high density lipoproteins) e as de baixa densidade, também chamadas de LDL (low density lipoproteins).

  • HDL: o colesterol contido nestas lipoproteínas é o chamado “bom” colesterol; altos níveis sanguíneos de HDL colesterol estão relacionados a menor risco de doença cardiovascular e você pode elevar os seus níveis de HDL colesterol fazendo mais exercícios físicos.
  • LDL: o colesterol contido nestas lipoproteínas é o chamado “mau” colesterol; altos níveis sanguíneos do LDL colesterol acumulam-se nas paredes das artérias constituindo placas, que vão progressivamente entupindo essas artérias. Normalmente, o fígado elimina o excesso de LDL colesterol, porém, nas pessoas com hipercolesterolemia familiar (HF), os receptores do LDL colesterol no fígado estão defeituosos e não realizam adequadamente a sua função. Consequentemente, o corpo não elimina o excesso de LDL colesterol como devia.

A meta

De acordo com as diretrizes atuais, as metas são as seguintes:

  • Colesterol total: Os níveis sanguíneos das pessoas normais não devem ultrapassar 200 mg/dl.
  • LDL colesterol: Os níveis sanguíneos das pessoas normais não devem ultrapassar 100 mg/dl e das pessoas com doença cardíaca não devem ultrapassar 70 mg/dl.

As pessoas com HFHo devem verificar as suas metas com os seus médicos.

Quais são as consequências dos altos níveis do LDL colesterol?

Como já foi acima mencionado, altos níveis sanguíneos do LDL colesterol, como ocorre nas pessoas com HFHo não tratadas, vão formar placas, chamadas de “placas de ateroma”, que se depositam na parede interna das artérias e as vão obstruindo progressivamente.

figura 2

Se a artéria obstruída estiver localizada no coração, a obstrução parcial pode causar uma doença conhecida como angina do peito, que se caracteriza por uma dor “em opressão”, que pode aparecer aos grande esforços, aos esforços médios, aos pequenos esforços, ou mesmo em repouso, ou até na vigência de uma forte emoção. Uma obstrução total pode causar um infarto do miocárdio.

Se a artéria obstruída estiver localizada no cérebro, a obstrução parcial pode causar sintomas neurológicos, como falhas de memória, perda eventual de consciência, tontura, e outros. Se a obstrução for total, pode haver um infarto cerebral, também conhecido como acidente vascular cerebral isquêmico, que pode resultar em perda de consciência (coma), perda de função motora (paralisia), perda da fala, perda de sensibilidade (anestesia), podendo até resultar na morte.

Metas e tratamento da HFHo

Este assunto foi recentemente abordado no post sobre um artigo do Dr. Raul D. Santos e col.: Definindo a hipercolesterolemia familiar grave e as implicações para o controle clínico. Para acessar o texto completo deste artigo use o link http://dx.doi.org/10.1016/S2213-8587(16)30041-9 

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Se você tiver colesterol LDL acima de 210 mg/dl e membros em sua família com infarto em idade inferior a 45 anos, entre em contato com o InCor pelo e-mail hipercolbrasil@incor.usp.br enviando como anexo uma cópia ou foto do seu exame de colesterol junto com um número de contato telefônico. A Equipe do Hipercol Brasil entrará em contato com você!
Continue visitando o nosso site para aprender mais sobre a HF. Leve esta notícia ao seu médico. Espalhe que a HF é tratável, quanto mais cedo diagnosticado melhores são os resultados. A HF é familiar, passa de geração em geração, portanto todos precisam ser diagnosticados.
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