Aldo Cerutti tem 59 anos e é aposentado. Natural de Concórdia, em Santa Catarina, vive em Brasília desde 1997, e por duas décadas trabalhou como bancário e foi analista de sistemas por outros 20 anos, também00 no setor bancário, levando uma vida sedentária.
Em exames de rotina descobriu que o nível de seu colesterol estava alto. Aldo tinha 40 anos, e pelos próximos 15 anos as taxas não chegavam a menos que 230 mg/dl, e o HDL se mantinha baixo. Aldo descobriu que tem Hipercolesterolemia Familiar (HF), doença hereditária na qual uma alteração genética causa altos níveis de colesterol.
Desde então, tem percorrido um difícil caminho entre manter sua saúde em dia e se privar de alimentos que o acompanharam por décadas. De família italiana e numerosa, Aldo não esconde seus hábitos alimentares sempre regados a muita massa e comidas gordurosas.
Em 2011, teve uma cardiopatia forte que foi resolvida com cauterização de um dos impulsores elétricos do coração via cateterismo. Seu pai faleceu de infarto aos 63 anos de idade. Ele tinha diabetes e era hipertenso.
Dos 10 irmãos, seis, incluindo ele, carregam a genética do alto colesterol. Aldo tem dois filhos que não foram diagnosticados com a doença, mas sua neta, de apenas três anos e meio, apresenta taxas de colesterol em torno de 160 e 180 mg/dl, que se mantêm. Aldo sabe que é de fundamental importância que, em famílias com um histórico de HF, os demais familiares, inclusive crianças, façam exames específicos o quanto antes.
Conviver com Hipercolesterolemia Familiar é mais que uma batalha cotidiana. Entretanto, Aldo faz de sua doença um estímulo para continuar lutando. Apesar das adversidades, já se acostumou com a situação. Mantém acompanhamento médico constante e, por orientação do cardiologista, há dez anos toma medicação específica, o que tem melhorado o nível de colesterol, hoje em torno de 170 a 180 mg/dl.
Aldo também pratica atividade física, caminha dez quilômetros diários de segunda a sexta-feira, e garante que no último ano sua dieta mudou muito, com menos gorduras e mais alimentos integrais, reforçando a importância da alimentação saudável e da prática de atividade física para uma melhor qualidade de vida e preservação de sua saúde.
Em contato recente com a Associação Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar (AHF), através de uma matéria publicada no Jornal Correio Brasiliense, Aldo acredita que é possível levar a vida numa boa, mesmo com os desafios que a HF lhe impõe.