A hipercolesterolemia familiar representa um grande desafio para a redução do colesterol LDL, que geralmente começa com dieta e mudanças de hábitos de vida.
Em 2015, diversos estudos revelaram tendências relacionadas à triagem da HF, ocorreram aprovações pelo FDA dos Estados Unidos de dois novos inibidores PCSK9 e foi encontrada uma possível variante genética cardioprotetora.
Veja, a seguir, os detalhes dessas atualizações:
1. As ferramentas de diagnóstico da HF estão sendo subutilizadas em muitas clínicas dos Estados Unidos (e em outros países também)
Num estudo clínico de registro* CASCADE FH, em 876 adultos portadores de HF, os pesquisadores verificaram que a maioria das 11 Clínicas de Lipídeos avaliadas pelo estudo não usou quaisquer das ferramentas diagnósticas existentes para detectar a HF.
*Este é um tipo de estudo clínico no qual os pacientes são incluídos sequencialmente, à medida que se apresentam para uma consulta, e são diagnosticados como portadores de HF.
2. A triagem universal tem sido cada vez mais usada para detectar a HF em crianças
Num estudo apresentado nas Sessões Científicas da Associação Nacional de Lipídeos dos Estados Unidos (National Lipid Association Scientific Sessions), de 2015, os pesquisadores relataram que a triagem universal da HF em pacientes pediátricos aumentou nos últimos anos, o que permitiu que um maior número de diagnósticos fosse feito em crianças, anteriormente não identificadas através de processos seletivos de triagem.
3. O FDA aprovou o alirocumab, um inibidor PCSK9, para o tratamento de pacientes heterozigotos portadores de HF
Até agora, 2015 tem sido um ano promissor em termos de inibidores PCSK9, que bloqueiam uma proteína, que diminui o número de receptores do fígado, que eliminam o colesterol LDL sanguíneo. Em julho de 2015, o FDA aprovou o alirocumab para os pacientes heterozigotos portadores de HF.
4. Evolocumab recebe aprovação do FDA para o tratamento de pacientes heterozigotos portadores de HF
Esta aprovação ocorreu em agosto de 2015, e é para uso conjunto com dieta e doses máximas toleradas de estatinas, em pacientes heterozigotos portadores de HF.
5. Uma variante genética pode proteger em relação ao risco de eventos coronários, mas aumenta o risco de diabetes
Um estudo apresentado nas Sessões Científicas da Associação Nacional de Lipídeos dos Estados Unidos (National Lipid Association Scientific Sessions), de 2015, relatou que uma variante genética de perda de função do PSCK9 tem um menor risco de eventos coronários, mas aumenta a probabilidade de diabetes e de pré-diabetes em pacientes portadores de HF.
6. O diabetes tipo 2 pode ter menor incidência em indivíduos portadores de HF, em comparação com os parentes não afetados por esta doença
Em março de 2015, num estudo cruzado de pacientes de um programa alemão de triagem, os pesquisadores relataram que os portadores de HF parecem ter uma menor prevalência de diabetes tipo 2 que os seus familiares não afetados pela HF.
Essas foram as notícias mais recentes referentes à HF, provenientes dos Estados Unidos e da Alemanha.
7. Notícia de última hora: Juxtapid
Ontem, o jornal “O Estado de São Paulo”, na página A15, publicou uma notícia com o título: “Polícia investiga médicos por fraude na saúde”. O texto diz que 18 médicos estão sendo investigados pela Corregedoria Geral de Administração e pela Polícia Civil do Estado de São Paulo por suspeita de receitar um medicamento não aprovado pela ANVISA para pacientes homozigotos portadores de HF. O referido medicamento tem a marca comercial Juxtapid, tendo já sido aprovado pelo FDA nos Estados Unidos.
O que é o Juxtapid? Veja, a seguir, o que informa a Wikipedia:
“O nome genérico deste produto é Lomitapide (na União Europeia ele tem a marca comercial de Lojuxta). Este produto foi desenvolvido pela empresa Aregerion Pharmaceuticals e foi testado em ensaios clínicos como tratamento único e em associação com atorvastatina, exetimibe e fenofibrato. O FDA aprovou este produto em dezembro de 2012 para a redução, como droga única, dos níveis de colesterol LDL, do colesterol total, da apoliporoteína B e de lipoproteínas que não são de alta densidade, em pacientes homozigotos portadores de HF”.
Este produto inibe a proteína transferidora de triglicerídeos microsomal (MTP ou MTTP), necessária para a formação e secreção no fígado de lipoproteínas VLDL.
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A Hipercolesterolemia Familiar é uma doença genética que causa níveis muito aumentados de LDL colesterol no sangue de seus portadores. Por causa disso, estas pessoas estão sob um risco muito aumentado de infarto do coração. Se você tiver colesterol LDL acima de 210 mg/dl e membros em sua família com infarto em idade inferior a 45 anos, entre em contato com o InCor pelo e-mail hipercolbrasil@incor.usp.br enviando como anexo uma cópia ou foto do seu exame de colesterol junto com um número de contato telefônico. A Equipe do Hipercol Brasil entrará em contato com você!
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